quinta-feira, 17 de maio de 2012

● Medicina Ortomolecular e Radicais Livres Se você cortar uma fruta, digamos uma maçã, e colocar em cima da pia da cozinha, em pouco tempo ela ficará muito escura. Ela fica dessa cor devido a um processo de oxidação, os radicais livres do ar agem na fruta e ela simplesmente estraga. O mesmo acontece com nosso organismo, com a diferença na origem desses radicais, que podem ser gerados por fatores como a poluição, contaminantes químicos, metais pesados, radiações e ressonâncias, microorganismos como fungos, bactérias e vírus, tabaco, álcool, o tipo de alimento que ingerimos e praticamente todas as doenças. Os radicais livres são moléculas que tem um número ímpar de elétrons em sua última camada, o que a torna bastante instável. Essa molécula precisa desse elétron novamente, obtendo em geral de seu vizinho mais próximo. Agora é seu vizinho que precisa "furtar” o elétron de alguma outra molécula. Esse processo evolui em progressão, lembrando um engavetamento de carros, e é chamado de cascata oxidativa. Já a carga total de radicais livres é chamada de estresse oxidativo. E as substâncias que fornecem esse elétron que está faltando, devolvendo a situação à normalidade, são em geral vitaminas chamadas genericamente de antioxidantes. Os radicais livres causam lesões tanto nas células quando nos genes. Muitos consideram que o acúmulo dessas lesões ao longo da vida favorece a manifestação de doenças relacionadas ao envelhecimento. A idéia é inibir a ação dos radicais livres, tanto dificultando sua formação como corrigindo a situação existente com antioxidantes, para retardar seus danos e com isso dificultar o aparecimento de doenças. ● O que provoca o aparecimento dos radicais livres? Poluição, excesso de radiação solar, uma dieta nutricionalmente desbalanceada, sedentarismo e estresse são alguns fatores que estimulam a formação de radicais livres. Também favorecem a formação de radicais livres a ingestão de frutas e verduras com agrotóxicos, o consumo excessivo de sal, açúcar e cereais refinados, a utilização de aditivos alimentares e a ênfase em alimentos cozidos, em detrimento de alimentos crus. ● O organismo não consegue enfrentar sozinho essas mudanças? Nosso organismo possui um extraordinário mecanismo de compensação e reequilíbrio para combater os radicais livres. A eficiência desse mecanismo, no entanto, diminui à medida que envelhecemos e na presença de doenças. É exatamente nesse momento, como importante aliada da alimentação equilibrada e da prática de atividade física no combate aos radicais livres, que lançamos mão da Medicina Ortomolecular. O uso orientado de substâncias antioxidantes fortalece as defesas imunológicas, melhora a saúde das células e reativa as funções orgânicas. ● O tratamento da Medicina Ortomolecular é sempre de longo prazo? Alguns efeitos benéficos do tratamento ortomolecular, como o aumento da disposição, do ânimo e da libido, bem como a melhora do sono e da performance física, aparecem logo nas primeiras semanas. Mas cada organismo tem uma velocidade diferente de resposta e por isso varia também o período de suplementação nutricional. Também influem nesse prazo a determinação da pessoa em mudar seus hábitos e atitudes, praticando atividade física, melhorando a qualidade da alimentação, parando de fumar etc. ● Qual a importância da alimentação na produção de radicais livres? Nossos antepassados tinham uma alimentação muito diferente da nossa. Para ilustrar essa diferença basta lembrar que durante 2,5 milhões de anos a humanidade ingeriu apenas alimentos crus – eles só passaram a ser cozidos, assados ou fritos nos últimos 500 mil anos. E atualmente, pelo menos nas sociedades ditas desenvolvidas, é raro alguém optar por alimentos crus, do café da manhã ao jantar. Esse fato tem prós e contras. Se graças ao calor do fogo podemos saborear, por exemplo, feijão, lentilha ou ervilhas secas – que nosso organismo não digere se estiverem crus –, por outro lado o excesso de cozimento gera perdas nutricionais. O excesso de calor destrói 40% das vitaminas A e D presentes nos alimentos, cerca de 60% da vitamina E, 80% do ácido fólico e da vitamina B1, e 100% da vitamina C. Já o refino faz com que os cereais percam de 60% a 80% de seu valor nutritivo e até 90% das fibras. Outro fator que gera desequilíbrio na alimentação humana é o consumo excessivo de sal e açúcar branco, sem falar na adição de substâncias químicas aos alimentos – os chamados aditivos alimentares. Analisemos o exemplo do açúcar. Durante milênios nossos antepassados consumiram uma média diária de 8 g de frutose (açúcar presente nas frutas e no mel) e 300 g de glicose (cuja principal fonte são alimentos ricos em amido), e o organismo humano se acostumou a processar essas quantidades. Quando surgiu o açúcar branco ou refinado houve uma mudança brusca. Esse tipo de açúcar sobrecarrega o organismo com 10 vezes mais frutose do que ele está habituado a processar e o resultado é um sério desequilíbrio na proporção dos açúcares que ingerimos – e um importante estímulo à formação de radicais livres. ● Para tomar suplementos, vitaminas e minerais é preciso orientação médica? A administração de vitaminas e sais minerais pode ser um valioso instrumento terapêutico, mas necessita de orientação médica porque envolve riscos. Eis alguns exemplos: ▪ Ingerir vitamina E todos os dias, por um longo período de tempo, pode inibir as defesas orgânicas encarregadas de eliminar radicais livres. Outro detalhe: a vitamina E deve ser ingerida sob a forma de Alfa-Tocoferol (com "ol” no final). Se estiver sob a forma de Alfa-Tocoferil (com "il” no final), só se deve fazer uso dela com orientação médica, porque é prejudicial à saúde. ▪ O Beta-Caroteno, um precursor da vitamina A, não tem contra-indicações mesmo se ingerido em doses relativamente altas. A vitamina A, por outro lado, se tomada durante muito de tempo, pode provocar intoxicação. Infelizmente, alguns polivitamínicos "milagrosos” misturam Beta-Caroteno e vitamina A em doses que podem causar intoxicação em médio e longo prazo. ▪ A ingestão de ferro só se justifica se a pessoa tiver certos tipos de anemia, o que só pode ser verificado por exame clínico e laboratorial. O ferro é um potente oxidante, facilitando a formação de radicais livres. Exatamente o inverso do que se deseja com a abordagem ortomolecular ▪ Embora o complexo B não envolva grandes complicações, vitamina B12 em excesso aumenta o apetite e engorda. Quem sofre de gota e/ou cálculo renal não deve exagerar na ingestão de vitamina C, mesmo que ela pareça ser realmente benéfica para aumentar a resistência do organismo. A vitamina C também pode alterar o resultado de alguns exames de laboratório, eventualmente comprometendo o diagnóstico médico.

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